Todo apoio aos trabalhadores da Comunicação

20 mar

Nota de apoio à luta dos/as jornalistas da Caros Amigos

A demissão de onze trabalhadores/as em greve da Revista Caros Amigos, muitos deles/as companheiros/as que passaram pelo CA de Jornalismo da PUC-SP, pegou a todos/as de surpresa. Ao alegar “quebra de confiança”, a direção da publicação tentou justificar a postura unilateral que tomou. Atitude que apenas a coloca no mesmo bojo de veículos de comunicação que se resumem a mídias empresariais.

A precarização do trabalho do/a jornalista é facilmente percebida nas diversas redações país. Além do baixo salário, as condições de trabalho estão cada vez piores: redações enxutas, excessivas jornadas de trabalho, estagiários sobrecarregados. A valorização e condições dignas de trabalho são primordiais para que se faça uma comunicação qualificada. Principalmente entre as publicações que se colocam ao lado dos/as trabalhadores/as e propõem um comunicação que se oponha à mídia hegemônica.

Tal ato vai claramente de encontro aos princípios editoriais da revista, referência para os veículos de esquerda e para os jornalistas que fazem da profissão um instrumento de luta. Entendemos que, mesmo diante das dificuldades existentes para se manter publicações como a Caros Amigos, haja coerência e que se busque soluções de forma democrática e sem desrespeitar os/as trabalhadores/as. Ressaltamos que toda luta por garantia de direitos deve ser reconhecida e que a greve é um mecanismo de reivindicação legítimo dos/as trabalhadores.

Enquanto estudantes de Comunicação Social, nos colocamos na luta pela garantia da valorização, condições adequadas de trabalho aos comunicadores e comunicadoras e pela liberdade de expressão. Especialmente, valorizamos os/as comunicadores/as que buscam um trabalho comprometido com a classe trabalhadora e que se pautem pela democratização dos meios de comunicação. Por isso estamos lado a lado aos profissionais da comunicação que bravamente estão em luta pela garantia de seus direitos e contra a precarização do trabalho.

Centro Acadêmico Benevides Paixão, 18 de março

Lutar não é crime!

15 fev

Nota de repúdio do Centro Acadêmico Benevides Paixão à criminalização de estudantes e funcionários da USP

Há cerca de quinze meses 72 estudantes e funcionários da Universidade de São Paulo (USP) foram detidos durante a truculenta reintegração de posse da reitoria executada pela PM. Processos administrativos foram abertos para apuração do caso e ficou decidido que nenhum estudante seria expulso. Porém, no último dia 5 o Ministério Público Estadual de São Paulo ofereceu denúncia à Justiça na qual acusa estudantes e funcionários de quatro crimes: formação de quadrilha, pichação, dano ao patrimônio e descumprimento de ordem judicial. A promotora Eliana Passarelli, que toma a frente na acusação, pede pena mínima de oito anos de prisão.

O Centro Acadêmico Benevides Paixão, do curso de Jornalismo, da PUC-SP, compreende que a criminalização do movimento estudantil, assim como de qualquer outro movimento social, é um atentado aos direitos de manifestação e organização políticas, garantidos pela Constituição. É necessário lembrar ainda que a ocupação da reitoria da USP se deu após a Universidade assinar convênio com a Polícia Militar, no qual se estabelecia a presença permanente da PM no campus, sem que nenhum estudante fosse consultado.

No momento em que os estudantes da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) também se mobilizam na luta pela garantia da democracia universitária, reafirmamos a necessidade de unificar todas e todos estudantes contra a repressão que vem sendo exercida dentro e fora da universidade contra diversos movimentos sociais.

Diante disso, vimos por meio desta nota repudiar a ação do Ministério Público e manifestar nosso apoio a todas e todos estudantes e funcionários processados. Frente à criminalização de lutadores, juntamo-nos ao coro pela revogação dos processos e a anulação da denúncia do MP contra os estudantes!

Por um lado, João Zinclar assumiu outro ponto de vista

22 jan

É com tristeza que a gestão Rê Bordosa, do Centro Acadêmico Benevides Paixão, recebeu a notícia da morte do fotógrafo e jornalista João Zinclar, ocorrida no último sábado (19), em um acidente rodoviário. Lamentamos o fato que não representa somente a perda de um companheiro de lutas: lamentamos principalmente um vazio que existirá agora entre aqueles aos quais olhamos e buscamos inspiração, ao fazer escolhas e tomar posições.

Homenagem do cartunista Carlos Latuff a João Zinclar

Homenagem do cartunista Carlos Latuff a João Zinclar

“A liberdade do fotógrafo consiste em poder cobrir outros pontos de vista de um mesmo evento”, disse em sua última visita à PUC-SP, quando participou da semana acadêmica do curso de jornalismo, no ano de 2011. Coerente com o que disse, em toda a sua carreira profissional, João Zinclar buscou, de fato, encontrar este outro ponto de vista e também assumiu, de modo muito claro, um lado. Esteve junto daqueles que lutam pela transformação de sua realidade.

Não à toa, acumulou uma série de registros ao lado de comunidades tradicionais, camponeses, indígenas e trabalhadores. Como poucos, ele ajudou a fomentar e construir o imaginário da luta social no Brasil e, por outro lado, a anotar e denunciar, com os cliques de sua máquina fotográfica, a exploração na cidade e no campo, as mazelas e desigualdades sociais e muitas das injustiças que país adentro ainda persistem.

Registro de ato da Marcha Mundial das mulheres, em 2011 (foto: João Zinclar)

Registro de ato da Marcha Mundial das Mulheres, em 2011 (foto: João Zinclar)

Com a imagem dos retratos que deixou, tentaremos, enquanto estudantes, perseguir a mesma tomada de posição que marcou a carreira de João Zinclar. Sentiremos falta do companheiro. Mas, com orgulho, também podemos dizer que nem fosse um pouco com ele tivemos a chance de aprender algumas lições.

Candidata com problemas de memória é nomeada reitora da PUC-SP

13 nov

Por Benevides Paixão

O Grão Chanceler D. Odilo Scherer resolveu nomear a candidata Anna Cintra, que não venceu as eleições, como reitora da PUC-SP. Apesar de ter assinado compromisso público perante a comunidade puquiana, Anninha não titubeou na hora de aceitar o cargo.

Professores e estudantes já estão dizendo que a atitude é um golpe aos princípios democráticos da universidade, mas eu, Benevides Paixão, em entrevista exclusiva com a nova reitora, descobri a verdade: a pobrezinha sofre de problemas de memória, e vive esquecendo as coisas! Confira a entrevista e veja se não dá pra sentir dó dela:

Benevides Paixão: Aconteceu alguma coisa Anna Cintra? Marcamos a entrevista ao meio-dia. Já são seis da tarde e é agora que você aparece…

Anna Cintra: Benê meu caro, me desculpa! Sabe o que é? Eu costumo me esquecer das coisas!

BP: Puxa, sinto muito. Mas então, a pergunta que não quer calar: você disse que não aceitaria o cargo se fosse nomeada sem vencer a eleição, assinando um termo na frente da comunidade. Por que aceitou?

AC: Assinei? Ah, verdade, agora estou me lembrando. Que pena, se na hora que o Odilinho tivesse me nomeado eu lembrasse, não teria aceitado o cargo.

BP: Então agora que você se lembrou, vai renunciar em nome da democracia da PUC?

AC: Eu até gostaria Benê, mas sabe como é, vai pegar muito mal agora recusar a nomeação do Sche-sché. Ele vai ficar chateado, talvez nem me convide mais pros churrascos que ele adora fazer. Então vou ficar como reitora e fazer o meu melhor em nome da…da…

BP: Universidade?

AC: Eu ia dizer da carne e da breja do churrasco, mas é, da universidade também.

BP: Então, se a senhora está disposta a não largar o osso, acho que seria bom falar para os professores, estudantes e funcionários quais suas propostas para eles.

AC: Temos estudantes, professores e funcionários por aqui?!?! Nossa, essa entrevista tá me iluminando! Só lembrava dos burocratas que querem transformar isso aqui numa empresa. Gente boa esse pessoal, te apresento um dia desses.

BP: Sabe o que pode ajudar a curar seu problema de memória?

AC: O quê?

BP: Parar de usar todo esse laquê…Anna Cintra, muito obrigado pela sua atenção, encerramos aqui.

AC: De nada Benê! Estamos aí se quiser conversar. A porta vai ficar sempre aberta, a menos que eu me esqueça, claro.

Golpe contra a democracia na PUC-SP?

8 nov

Puquianas e puquianos,

Em agosto de 2012 passamos pelo habitual processo de escolha direta da Reitoria da PUC-SP, no qual se confirmou a reeleição do atual reitor, Dirceu de Mello.

Nos últimos anos, a Fundasp (Fundação São Paulo), que é mantenedora da PUC-SP, vem reduzindo a autonomia e democracia na universidade através de intervenções diretas por meio do Consad.

Nesse sentido, fortes rumores – intensificados pela demora na indicação do próximo reitor – começaram a circular em outubro nas salas de aulas, departamentos e corredores, indicando que a Fundasp poderá, em decisão inédita, não legitimar a escolha da comunidade e nomear outro candidato que não o primeiro colocado.

A PUC-SP foi foco de resistência contra a ditadura militar. Fomos a primeira universidade a escolher nosso reitor em eleições diretas e paritárias, o que não ocorre com a Fundasp, que é uma instituição administrativa e burocrática que não se pauta pela qualidade acadêmica ou pela história política de nossa universidade, visando o lucro como objetivo último.

A PUC-SP é uma das únicas universidades particulares que é democrática, aberta à comunidade e que defende a liberdade de pensamento e de produção acadêmica das mais diversas naturezas.

Escolher um reitor que melhor representa a Fundasp é ir contra todos os princípios puquianos que fazem parte desta universidade única no Brasil, deslegitimando toda a luta feita por aqui a favor da liberdade de escolha, de pensamento e, principalmente, a favor da democracia.

Dom Odilo, grão-chaceler da PUC-SP, tem até o dia 30 de novembro para nomear o próximo reitor. Nós não podemos aceitar que essa decisão seja tomada, oportunamente, após o término das aulas, o que impossibilitaria qualquer mobilização.

A democracia existe para escolhermos o melhor candidato segundo nossa preferência: o reitor deve ser escolhido pelos professores, funcionários e estudantes, que têm como principal interesse a manutenção da PUC-SP como uma universidade plural, aberta, livre e comunitária.

Esta carta é um chamado, um alerta para tod@s @s estudantes, professores e funcionários! Fiquemos atentos e preparados.

A PUC é nossa. A PUC é da comunidade. A PUC é e deve continuar sendo democrática!

Carta assinada por C.A. Vital Brazil, C.A. Fênix, C.A. Clarice Lispector, CASS, C.A. 22 de Agosto, Grupo UNA, Grupo Construção Coletiva, CARI e C.A. Benevides Paixão